Por que temos que implicar desse
jeito com a felicidade? E por que adoramos flerta com a infelicidade? A
reclamação? Por que não vivemos sem transformar minhocas em anacondas? Ás vezes,
acho que a resposta é simples, e mais
uma vez está relacionado com essa facilidade que temos de não prestar atenção
ao presente.Quando não prestamos atenção ao presente, não absorvemos, não
curtimos, não sentimos as coisas boas que estão pertinho de nós.Ás vezes, acho
que a resposta é mais profunda e está ligada a um eterno questionamento sobre
qual é o sentido da vida. Será que amor, trabalho, uma dúzia de amigos
fantásticos e cinco ou cem pares de sapatos são suficiente para que nossa vida
tenha um sentido? Fico dias pensando nessa resposta, me aborreço, aborreço
minha família, perturbo meu namorado e, de repente, abro uma revista e está lá,
na minha frente, uma frase de Amma (uma guru da Índia que recebe milhares de
pessoas do mundo inteiro que vão visita-la apenas para ganhar um abraço) que
diz: ”Devemos ser como velas, emprestando nossa luz para a humanidade”. Aí,
relaxo, e me entrego á maravilha do sagrado, do misterioso, do profundo, da
compaixão que está além da excitação, das coisas que queremos comprar, dos
quilos a mais, das ruguinhas novas, dos amigos que nos traíram, dos homens que
nos magoaram, dos prêmios que deixamos de ganhar, do buraco no banco, da
tatuagem que borrou...
Encerro este perfilo hoje com um trecho de Lao Tse: “Inquieto, com as
ondas do mar, assim ando eu pelo mundo...
A vida me lança
de cá para lá, como se eu fosse uma folha seca...
A vida dos
outros tem um sentimento, e eu não tenho uma razão de ser...
Somente eu sou
diferente de todos os outros.
E, no entanto -
sossega meu coração! “Tu vives no seio da mãe universo”.
By: Priscila Midory Shibayama (minha irmãzona <3)
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